Terapia de Ondas de Choque - entenda como funciona e suas principais indicações
A terapia de ondas de choque (TOC) é um tratamento avançado que usa ondas acústicas de alta intensidade diretamente sobre a pele, tendo com objetivo alcançar tecidos mais profundos e promover uma resposta biológica do corpo.
Os efeitos da terapia levam como respostas finais a melhora da circulação sanguínea (neovascularização), a regeneração de tecidos lesados (ossos, tendões, ligamentos e músculos) e o alívio da dor crônica.
Histórico sobre a terapia de ondas de choque
O uso das ondas de choque na medicina se iniciou na década de 80, quando foram desenvolvidos equipamentos que possibilitavam a fragmentação de cálculos renais (litotripsia). Durante as aplicações para esse uso primário, foram percebidas outras ações das ondas de choque no organismo, principalmente no sistema músculo esquelético.
A partir desses achados e de estudos na área, na década de 90, as ondas de choque começaram a ser utilizadas para o tratamento da dor e para disfunções dos tecidos moles.
No entanto, foi nos últimos anos, com a evolução dos equipamentos e com o maior embasamento científico, que a terapia por ondas de choque se consolidou como uma forma eficaz para o tratamento de patologias que afetam os tecidos (tendões, músculos, ossos, etc.), além do tratamento da dor crônica.
Como as ondas de choque afetam os tecidos do corpo
A energia física das ondas de choque aplicada nos tecidos gera uma resposta biológica de forma que estimula processos de regeneração, cicatrização e reparação tecidual, com efeitos analgésicos e anti-inflamatórios.
O vídeo abaixo, produzido pela empresa Suíça EMS, exibe um aplicador de onda de choque (parte inferior do imagem) atuando em um meio aquoso. Nele é possível perceber a formação e o alcance das ondas, além da formação de pequenas bolhas, um processo denominado cavitação. Ambos são fenômenos físicos importantes no mecanismo de ação da terapia por ondas de choque.
Respostas biológicas à ação das ondas de choque
- Liberação de fatores de crescimento – São substâncias (VEGF, BMPs e outros) essenciais na a reparação tecidual e a formação de novos vasos sanguíneos.
- Liberação de óxido nítrico e citocinas – São substâncias com ação anti-inflamatória.
- Diminuição da presença de substância “P” – Substância importante na transmissão de sinais de dor.
- Aumento do metabolismo celular.
- Melhora a síntese de colágeno.
O conjunto de respostas possibilita a formação de novos vasos sanguíneos (revascularização) e estimula os processos de regeneração, cicatrização e reparação tecidual.
A terapia de ondas de choque ainda exibe um importante efeito no sistema nervoso periférico.
Ao diminuir a quantidade de neurotransmissores (substancia P) na área tratada, ela provoca uma dessensibilização do local, além de uma modulação das vias de dor.
Esse é um processo especialmente importante nos casos de pacientes com dor crônica, pois o processo de dor, muitas vezes, já pode estar dissociado da lesão inicial propriamente dita.
Indicações para o tratamento com as ondas de choque
A terapia de ondas de choque (TOC) é uma modalidade de tratamento que já passou por extensos estudos científicos, no Brasil é aprovada pela ANVISA e, nos Estados Unidos, pelo FDA.
É um tratamento seguro, não invasivo e praticamente não apresenta efeitos colaterais.
Se os tratamentos tradicionais não curaram sua lesão, a terapia por ondas de choque pode ser uma opção não cirúrgica para você retornar às atividades que gosta, praticamente sem tempo de afastamento do trabalho ou dos esportes.
Veja abaixo as principais indicações:
Tendinopatias:
- Pé – Tendão do calcâneo (Tendão de Aquiles)
- Cotovelo – Epicondilite lateral (Cotovelo de tenista) e Epicondilite medial (Cotovelo de golfista)
- Joelho – pata de ganso, quadricipital e patelar
- Mão – Doença de De Quervain (inflamação dos tendões do punho).
- Ombro – manguito rotator (supraespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo menor), cabeça longa do bíceps
Fascite Plantar: Inflamação da fáscia plantar, causando dor na sola do pé e no calcanhar.
Síndrome do trato iliotibial: dor na lateral do quadril e coxa, muito comum em praticantes de corrida.
Calcificações em tendões: comum no tendão do supraespinhal (manguito rotador do ombro), mas pode acometer outros tendões dos membros superiores e dos membros inferiores.
Fratura por estresse
Lesões musculares: adutores (virilha), bíceps femoral (posterior de coxa), gastrocnêmios (panturrilha), quadríceps (coxa anterior), dentre outras.
Dor Miofascial: Dor causada por pontos gatilho nos músculos.
Dor Secundária a Artrose: Dor associada ao desgaste das articulações.
Dores na coluna: cervical, torácica e lombar.
Capsulite adesiva (ombro congelado)
Síndrome do estresse tibial (Canelite)
A Sociedade Internacional de Tratamento por Ondas de Choque (shockwavetherapy.org) mantém sempre atualizada as indicações para a aplicação da terapia por ondas de choque.
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Contraindicações da terapia de ondas de choque
Apesar de muito segura, uma avaliação cuidadosa é importante antes da aplicação da terapia de ondas de choque.
Outro fator importante é que você deve procurar profissionais capacitados e com certificação para esse tipo de tratamento. Um correto diagnóstico, o conhecimento anatômico e funcional da estrutura a ser tratada, bem como a adequada modulação do aparelho de ondas de choque é crucial para o sucesso do tratamento.
As principais contraindicações são:
- Pacientes com distúrbios de coagulação sanguínea
- Gravidez – Feto na área de aplicação
- Infecções ativas
- Pacientes com marca-passo ou outros dispositivos eletrônicos implantados
- Área com tumor