
Terapia de Ondas de Choque no tratamento do tendão de Aquiles - entenda como essa tecnologia pode potencializar a recuperação.
A tendinopatia do tendão de Aquiles (tendão do calcâneo) é uma das lesões mais comuns entre corredores e praticantes de atividades físicas que envolvem saltos ou mudanças rápidas de direção.
Essa condição ocorre quando o tendão, que liga o músculo da panturrilha ao osso do calcanhar, sofre microlesões repetitivas e passa por um processo degenerativo, causando dor e limitação funcional.
Durante muito tempo, o tratamento padrão e mais aceito para esse tipo de lesão era baseado em um protocolo de exercícios (principalmente os excêntricos), que aplicavam sobre o tendão uma carga controlada, estimulando processos de remodelação tecidual. Embora esse método seja correto e bastante eficaz, muitos pacientes ainda apresentam dor persistente ou recuperação lenta.
Nos últimos anos, a terapia por ondas de choque, associada ao protocolo de exercícios, vem ganhando destaque no tratamento do tendão de Aquiles, com resultados científicos promissores.

O que os estudos científicos mais recentes apontam sobre o tratamento do tendão de Aquiles
Diversas pesquisas compararam o uso isolado de exercícios com a combinação exercícios + ondas de choque.
Um estudo clássico publicado no American Journal of Sports Medicine por Rompe et al. (2009) avaliou pacientes com tendinopatia do Aquiles na região média do tendão. Os participantes foram divididos em dois grupos:
- um realizou apenas exercícios excêntricos
- o outro fez os mesmos exercícios associados à terapia de ondas de choque
Resultado: após 4 meses de tratamento do tendão de Aquiles, o grupo combinado apresentou melhor redução da dor e maior ganho funcional, mantendo os resultados após 1 ano de acompanhamento.
Outras revisões sistemáticas e meta-análises recentes, como as de Paantjens et al. (2022, Sports Medicine – Open) e Stania et al. (2023), confirmam que:
“A combinação da terapia de ondas de choque e exercícios oferece melhores resultados do que exercícios isolados em casos de tendinopatia do tendão de Aquiles”
Como as ondas de choque atuam no tratamento do tendão de Aquiles
A terapia de ondas de choque utiliza impulsos acústicos de alta energia aplicados sobre o tendão lesionado. Esses estímulos geram microvibrações que:
- aumentam a circulação local e a angiogênese (formação de novos vasos);
- estimulam células reparadoras e o metabolismo do colágeno;
- reduzem mediadores inflamatórios e a sensibilidade dolorosa.
Em conjunto com os exercícios excêntricos, esses efeitos aceleram o processo de remodelação e fortalecimento do tendão.
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Tipos de tendinopatia do tendão do calcâneo
Nem todas as dores no tendão de Aquiles têm a mesma origem — por isso é importante entender que existem dois tipos principais de tendinopatia, com características e tratamentos um pouco diferentes: a tendinopatia insercional e a tendinopatia não insercional (também denominada “da porção média do tendão”).
Tendinopatia não insercional (porção média)
É a forma mais comum, especialmente em corredores e praticantes de atividades repetitivas.
A inflamação e degeneração acontecem na parte média do tendão, cerca de 2 a 6 cm acima da inserção no osso do calcâneo.
Essa região é mais vulnerável porque recebe menor irrigação sanguínea, o que dificulta a regeneração.
Tendinopatia insercional
Acontece na parte mais baixa do tendão, onde ele se prende ao osso do calcanhar.
É mais frequente em pessoas de meia-idade e praticantes de esportes que exigem saltos repetidos e muitas mudanças de direção.
A síndrome de Haglund é uma condição que frequentemente acompanha a tendinopatia insercional.
Ela ocorre quando há uma proeminência óssea na parte superior do calcâneo (imagem abaixo), que causa atrito e compressão sobre o tendão de Aquiles e a bursa retrocalcânea.

Quando as ondas de choque são indicadas para o tratamento do tendão de Aquiles
O tratamento de lesões tendíneas deve ser iniciado o quanto antes. Pacientes com tempo de sintoma prolongado ou que tiveram má condução no processo de reabilitação tendem a ter pior recuperação.
A terapia de ondas de choque não deve ser aplicada em casos de processo inflamatório agudo no tendão.
Nas outras situações, o tratamento já pode ser iniciado.
Além dos casos mais simples, as ondas de choque têm se mostrado muito eficazes em situações como:
- tendinopatias crônicas (com mais de 3 meses de evolução);
- casos que não melhoraram apenas com exercícios ou fisioterapia convencional;
- atletas e praticantes de corrida com dor persistente durante a prática esportiva.
Lembrando sempre que os melhores resultados ocorrem quando a terapia de ondas de choque é associada a um programa adequado de exercícios.

Conclusão
A literatura científica atual mostra que o tratamento combinado de ondas de choque e exercícios oferece maior alívio da dor, melhor recuperação funcional e retorno mais rápido às atividades em comparação ao uso isolado dos exercícios.
Em resumo:
“As ondas de choque potencializam os efeitos do exercício, promovendo uma regeneração mais eficiente do tendão de Aquiles.”
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