
Ondas de choque - uma nova abordagem no tratamento do cotovelo de tenista (Tennis Elbow)
Descubra nesse artigo o melhor caminho para você ficar livre desse mal que afeta grande parte dos tenistas.
Se você já foi vítima da temida epicondilite lateral (cotovelo de tenista) sabe o quanto é frustrante todo o percurso e tudo o que envolve essa patologia.
Jogar com dor, perceber o rendimento esportivo diminuindo, ter que se afastar das quadras e sentir o incômodo até em pequenas atividades do dia a dia, são relatos comuns de quem já teve essa lesão.
O cotovelo de tenista é sem dúvida uma condição de tratamento difícil. A condução proposta por médicos e fisioterapeutas normalmente se mostra ineficiente, sendo que, em boa parte dos casos, a dor se torna crônica não reagindo bem a nenhum tipo de tratamento.
A maioria dos quadros de epicondilite lateral tem a indicação inicial de repouso, alongamentos, fortalecimento, passando por diversas técnicas da fisioterapia, realização de infiltrações e, em alguns casos, tratamento cirúrgico. Infelizmente essas condutas que antecedem à cirurgia tem tido um baixo índice de sucesso no tratamento.
Os resultados ruins no tratamento do cotovelo de tenista têm algumas causas principais:
Incapacidade do corpo em promover a regeneração do tendão afetado: A região de inserção do tendão, junto ao epicôndilo, é uma área pouco vascularizada. Esse fator dificulta qualquer conduta terapêutica de alcançar um resultado satisfatório, pois quanto menos sangue, menor a capacidade de cicatrização.
Essa característica também é importante no desenvolvimento da lesão, pois a região de inserção dos músculos no epicôndilo sofre uma grande sobrecarga durante a prática do tênis, dessa forma, as “forças” lesivas superam as “forças” curativas que atuam sobre o tendão, resultando em micro lesões que tendem a gerar um processo de degeneração e dor crônica.
Erro de diagnóstico: Muitas vezes a dor no cotovelo tem como causa principal (ou associada à tendinopatia) uma compressão nervosa periférica, um processo de cervicobraquialgia (dor de origem nervosa com origem na coluna cervical) ou mesmo uma dor referida de origem miofascial de outra região do corpo (trigger point). Se essas condições não forem corretamente diagnosticadas e o tratamento, seja ele qual for, se limitar a tratar o cotovelo, a lesão dificilmente irá melhorar.

Como as ondas de choque e a termografia possibilitaram uma evolução no tratamento do cotovelo de tenista
Nesse artigo iremos falar sobre a abordagem que utilizamos em relação ao tratamento do cotovelo de tenista, seguindo, de forma sistemática, as diretrizes a seguir:
Diagnóstico correto – Avaliação clínica detalhada e uso da termografia.
Propiciar ao corpo a condição de promover a cicatrização tecidual, potencializando as “forças curativas” atuando no tendão (realizada através da terapia de ondas de choque).
Propiciar ao corpo o correto estímulo para melhor cicatrização tecidual – alongamentos, exercícios de mobilidade, exercícios de fortalecimento e uso de outras técnicas (de acordo com as necessidades específicas de cada paciente).
Reduzir as “forças lesivas” que atuam sobre a região do epicôndilo lateral – análise do material esportivo (raquete, tipo de cordas e tensão das cordas) e orientações sobre a técnica de jogo.
Ao longo desse artigo discutiremos os aspectos abordados acima e tentaremos demonstrar que, apesar da epicondilite lateral (cotovelo de tenista) ser uma lesão de tratamento difícil, com o diagnóstico preciso e a aplicação de técnicas corretas é possível aumentar a velocidade de cura e diminuir o tempo fora das quadras.


O que é a epicondilite lateral e como ela é causada
A epicondilite lateral (cotovelo de tenista) é uma inflamação ou degeneração dos tendões extensores do punho, que se originam no epicôndilo lateral do úmero, a saliência óssea que é percebida na parte externa do cotovelo.
A lesão ocorre nesse grupo muscular pois é ele que sofre a maior sobrecarga durante as atividades que exigem força e repetição nos movimentos do antebraço.
Nos tenistas, além da sobrecarga natural proporcionada pela prática do esporte, outros fatores comprovadamente aumentam a possibilidade do desenvolvimento da epicondilite lateral:
- Excesso de treinamento ou jogos sem o tempo de recuperação adequado
- Técnica incorreta (especialmente do backhand)
- Empunhadura da raquete com tamanho incorreto
- Material esportivo inadequado para o nível ou a força física do praticante (raquete, tipo de cordas e tensão das cordas)
Quais os principais sintomas da epicondilite lateral
Os sintomas da epicondilite lateral normalmente aparecem como uma dor leve na região lateral do cotovelo, podendo também ser sentido como um dolorimento na musculatura do antebraço (próxima ao cotovelo).
É importante o tenista ter sempre em mente que, quanto antes ele iniciar o tratamento, mais fácil se desenvolverá o processo de recuperação.
Sintomas principais:
- Dor na parte externa do cotovelo, que pode irradiar para o antebraço
- Desconforto ao segurar objetos, abrir potes ou apertar as mãos
- Fraqueza no punho e antebraço
- Piora da dor com atividades repetitivas ou esforço.
Termografia no auxílio de um diagnóstico preciso
A termografia é um recurso tecnológico que possibilitou uma revolução da avaliação física e funcional dos pacientes. Com uso do sensor termográfico, pequenas alterações de calor produzidas por processos inflamatórios, tensões, sobrecargas musculares, além de alterações neurológicas periféricas podem ser detectadas.
No caso do cotovelo de tenista, a precisão do diagnóstico permite uma melhor escolha das condutas a serem empregadas e um melhor direcionamento da aplicação da terapia de ondas de choque.
Outro aspecto importante da análise termográfica é a detecção de outras disfunções que podem estar presentes ou associadas à epicondilite lateral.
Como exemplo podemos citar casos de compressões nervosas cervicais ou trigger points em outras estruturas. Essas alterações podem produzir dores no cotovelo e serem confundidas com a epicondilite lateral. Nesses casos, além do cotovelo essas áreas também devem ser tratadas.

Ondas de choque e o tratamento da epicondilite lateral
A Terapia de Ondas de Choque tem se apresentado como uma excelente forma de tratamento para a epicondilite lateral (cotovelo de tenista).
Estudos científicos têm demostrado que o uso das ondas de choque no tratamento da epicondilite lateral em tenistas obtém resultados significativamente superiores ao de tratamentos convencionais.
Entenda como as ondas de choque funcionam no tratamento do cotovelo de tenista
Nos casos de epicondilite lateral é percebida uma área de lesão no tendão, nesse local, normalmente é encontrada uma área de degeneração, edema e, em alguns casos, até ruptura parcial do tendão.
Pensando nisso, vamos entender como atua a terapia de ondas de choque.
A energia física das ondas de choque aplicada diretamente nos tecidos lesados gera uma resposta biológica, de forma que estimula processos de regeneração, cicatrização e reparação tecidual, apresentando, ainda, efeitos analgésicos e anti-inflamatórios.
Esses efeitos regenerativos ocorrem principalmente devido ao estímulo da liberação de fatores de crescimento endotelial, aumento do metabolismo celular e o estímulo à formação de novos vasos sanguíneos (neovascularização).
Esse último fator é especialmente importante no caso do cotovelo de tenista, pois, como falamos anteriormente, a área de inserção dos tendões no epicôndilo lateral é pouco vascularizada.
A consequência esperada para esse conjunto de respostas biológicas, estimuladas pela terapia das ondas de choque, é a reparação do tendão lesado.
Quer entender melhor como a terapia de ondas de choque funciona, veja este artigo – clique aqui

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Material esportivo também deve ser avaliado
A escolha correta da raquete, do tipo de corda e da tensão das cordas utilizados durante os jogos é um aspecto que não pode ser negligenciado pelos tenistas.
Esses fatores entram na conta dos fatores potencialmente lesivos para a epicondilite lateral.
No entanto, modificações do material esportivo utilizado pelo paciente tenista, sempre é um assunto complexo e de abordagem delicada. Não é tema para ser tratado de forma simples e superficial, considerando pura e simplesmente a questão da sobrecarga e da proteção do cotovelo.
Encaremos o seguinte exemplo: um tenista joga com determinado modelo de raquete há vinte anos e desenvolveu o cotovelo de tenista. Ele já tem toda uma adaptação muscular, de gesto esportivo e de costume com aquele equipamento. Nesse caso, propor uma troca de raquete logo no início de um tratamento, possivelmente não é uma opção adequada e necessária.
Tendo isso em mente, o profissional deve levar em consideração não somente as características do equipamento (raquete e cordas) e sim as características físicas do paciente, nível de jogo, frequência de jogo, dentre outros fatores.

De maneira resumida podemos entender a análise dos materiais esportivos da seguinte forma:
- Raquetes que possuem coeficiente de rigidez maior absorvem menos energia e consequentemente transferem mais energia para a musculatura do antebraço.
- Cordas fabricadas com materiais mais rígidos (normalmente as de poliéster), seguindo o mesmo raciocínio das raquetes, transferem mais energia para a musculatura do antebraço.
- Encordoamentos utilizando tensões maiores deixam as cordas mais rígidas, também transferindo mais energia para a musculatura do antebraço.
Nesse artigo, não abordarei, de forma detalhada, a analise do material esportivo, pois é assunto extenso, onde muitas variáveis devem ser consideradas (marcas de raquetes, marcas de cordas, especificações de raquetes, tensão utilizada nas cordas, materiais utilizados nas cordas, etc.). Esse será assunto de um novo artigo a ser publicado em breve.
Ainda sobre a raquete, é importante que seja analisado a empunhadura, pois um tamanho inadequado é outro fator que pode gerar sobrecarga na musculatura do antebraço.
Técnica incorreta de jogo
A técnica incorreta do praticante de tênis é descrita por muitos autores como sendo a principal causa do desenvolvimento do cotovelo de tenista.
Apesar do gesto esportivo errado ser uma causa comprovada, esse é outro aspecto de abordagem delicada durante o tratamento da lesão.
Vamos novamente tomar um exemplo prático: um tenista com 20 anos de quadra desenvolveu a epicondilite lateral. Se o médico ou o fisioterapeuta propor de forma categórica a mudança da técnica, inevitavelmente ele estará solicitando algo impraticável para o paciente. Isso porque modificar a técnica no tênis é algo extremamente difícil e exige muito treino. Dessa forma, indicar algo que implica em um aumento do volume de tempo em quadra não é uma opção adequada nesse momento. Outro fator a ser considerado é que muitas vezes o paciente simplesmente não quer mexer na forma de jogar, isso não é uma opção para ele.
No entanto, a dificuldade do tema não deve ser motivo para o assunto ser abandonado pelo profissional. A abordagem no momento correto, com a proposição de melhorias ou de pequenas adaptações na técnica de jogo são aspectos que podem ser decisivos no tratamento.
Conclusão
A epicondilite lateral (cotovelo de tenista) é uma condição comum entre os praticantes do tênis. Apesar disso, é cercada de diversos mitos e muito desconhecimento, o que, sem dúvida nenhuma, atrapalha a condução do processo de recuperação por parte do tenista.
Indiscutivelmente, não é uma lesão simples de ser tratada, entretanto, um diagnóstico preciso, aliado à tratamentos adequados e orientações corretas, permitem uma redução significativa do tempo do tenista fora das quadras.
Nesse contexto, a terapia de ondas de choque surge como uma forte aliada dos tenistas que querem, o mais rápido possível, ficar livre desse problema.